segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Resistência Por Elas, Liberdade Para Elas!

Eu não vivo só de poemas e dizeres bonitos
Vivo de regras e leis que não me pertencem
E o tempo todo penso em burlá-las por pura rebeldia.
Nesta ironia de palavreados espontâneos ou decorados
Sou verso livre e transgressor
Às vezes suave
Noutras possibilidades uma ponta de fraca
Sou bicho errante e intenso
Amansador de homem revoltoso e agressor
Vivo do avesso
Inconformado!
Sou de paz e de guerra
Munido de farpas
Neste machismo eu revido
Vivo insatisfeito!
Entre o céu e a terra
Vou refregando esta hoste de opressores
Não busco amigos e nem seguidores
Anseio por ser inteiro nestas frases nada absolutas
Arteira de arte vazia
Em obras de leilão
Nos quadros rabiscados vou compondo uma canção
Minha única libertação
Sou psicopata exímio em torturas
Minha psicodélica fuga
Visa a vertiginosa fantasia
De alegrias cheias de mentiras
Ilusivas figuras distorcidas
Meu mal é estar entre o ego e o espiritual
Sei do certo e do errado
Podia ser dos Deuses ,mas me entrego diariamente ao Diabo.
Quero pecar e ninguém pode me parar
Sou a derradeira locução
Sem limites de adjetivos
Vou lutar e ninguém pode me parar
Sou homem e mulher
Animal faminto de verbos e não de igualdade
Aqui eu aceito apenas equidade
Cada qual sangra por seus objetivos e temores
Eu sangro por você e seus amores
Minhas paixões são violentas
Meu coração é indomável quimera
Carrego no ventre a transformação
As borboletas morrem
E eu renasço ao fim desta estação.
Não tenho peito de aço
Mas,serei imortal
Mesmo que a queima roupa me tomem
Ou que por algemas me prendam
Eu ato e desato implacáveis laços.
Nas feridas vou ardendo
Vou queimando as utopias
Minha energia é tão sua
Somos quase uma
Nesta guerra bruta
Podem me enforcar
Mas, jamais vou me calar
Eu sou por elas e elas por mim
Nesta coligação não há limites
Não tem poder sobre nós
Somos do vento
Vivemos para ser livres, leves e soltas...
Mulher, o meu grito é por ti
Você pode ser tudo e nada
Afinal, tu decides
E nada pode te deter!
(Alma Mattos)

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Felinamente Uma Guardiã

Não mate minhas feras
Pois de mim terás a guerra
Um dia da caça outro do caçador
Sou a lei do retorno
E venho provocar-te a dor
Teu castigo é perecer no deserto sem arrimo
Teu sangue lavará a tristeza destas famílias que muito antes de ti
Reinavam por aqui.
Eu amo a minha senhora e por ela faço e desfaço
Deusa das grandes alturas e profundidades
O amor que pode corromper é o meu por tua pele de onça
Tão felinamente tu me olhas com estes olhos desenhados de negro
Este teu balançar a passos lentos
Desperta admiração
Me inspiro no teu agir de coragem.
Grande caçadora!
Nesta tua calma em apanhar a presa.
Fascina-me a tua perspicácia!
Nestes tons de amarelo quase dourado ou no negrume dos teus pelos,
Movida pelas ternas sensações atrevo-me a tocar-te;
Tuas garras preparadas acolhem-me junto ao peito
Por ti morro nestas matas
Para defender-te não hesito
Pego minha espada e enfrento o inimigo
Vivo junto ao teu clã para ser um pouco como tu
Não deixo pegadas sorrateiras
Aprendi contigo a ser animal silencioso e invisível
Muitos dirão ser loucura o abandono de uma vida tranquila
Por aventuras perigosas e que muitas vezes ferem de morte
Meu poder é feito para te proteger
Entre o verde caboclo do mato e os charcos
Tu te revelas a mim
Trazendo minha ‘buena suerte’
Imaginei que te protegia
Mas tu, minha nobre guerreira,
Tu és minha protetora e minha guia.
Teu rugido espanta minhas trevas
Todo mal passará!
Pois, junto a mim vem guerrear
Já não sinto medos desvelados
Fui tomada de uma coragem absurda e desmedida
As vezes sou imprudente nestas minhas veredas intrigantes
Mas, carrego a certeza que por mim tu morrerás se preciso for
Assim, como entrego-te a minha vida para que continues livre
Neste destino selvagem sejamos naturais e permanentes
As nossas Almas são únicas e por si só são divinas
Meus sentimentos vivem à deriva por estes rios
Somente em tua presença, vivendo em liberdade,
Nesta simplicidade de ser, sou honrada pela paz de um raio multicolorido
Somos duas feras errantes num submundo de abutres
Eu sou fruto da revolta e da tempestade
Amante de um perder-se por entre folhas e flores
Nas bebidas fortes ou nas águas dos vales
Eu purifico minhas raízes e continuo caminhando ao teu lado
Minha brava irmã, a energia não se finda
Partimos para o alto e avante
Nas furtivas neblinas
Vamos para além das violências e crueldades.
Vou curar-te as feridas, minha querida!
A tua essência esparrama pelos meus pelos e poros
Até chegar no bulbo do meu espírito
Eternamente um ser silvestre
Nômade de solos e árvores
De ribeirões,selvas e sertões
Aborígine destas plantas tão sutis e frondosas
Que dão cor e vitalidade a nossa eterna jornada.
(Gregório Dagon)
**Gregório Dagon é um heterônimo de Alma Mattos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Impuro no Inferno Pessoal

Só posso ser metade
O resto se perdeu
Foi embora na morte dos amados
Meu resgate é padecer no alarde da ferida
Os jogos de azar vão destruindo minhas fantasias
Sou o único perdedor de mente vazia
Onde chegarei?
Tanta ira em minha Alma
Sufocando e deixando negras pegadas
Se é possível o coração purificar
Ensina-me!
Pois,a raiva já me tomou e vivo confuso
Sou conhecedor dos abismos.
Eu não preciso de nada e nem de ninguém.
Queria apenas um caminho para trilhar
Esta vida não me pertence e agonizo
Eu abdico das alegrias
E não sinto prazeres ao rezar
Mergulhando no meu inferno pessoal
Dia após dia abraço meus demônios
Na demência de reparar um destino de anjo torto
Morto no pulsar intrigante
Das lâminas de um desprezo agonizante
Ferir-te-ei carrasco meu!
Seus cabelos podarei como erva daninha
Vou lacerar-te a carne para que sinta a dor que é minha!
Não há perdão na traição
É ferro e fogo
Uma espada afiada
Que não titubeia, estripa sonhos e leva-te a transgressão.
Salve a rainha rebelde e subversiva
Anárquica, pragmática e agressora
Deusa das trevas voluptuosa
Há poetas e guerreiros
Há facas e flores
Há amores e inimigos
Mas, a partida é a satisfação ou verdadeira perdição
Melhor perder-se em si e no não ser
No Karma da carne frívola
No caos do medo e da coragem de ser o impossível
No micro e no macro
Imergindo no negrume desconhecido
De um cosmo cruel e febril.
Isso ainda não acabou...
(Alma Mattos)

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Meu Amigo Marinheiro

Marinheiro, se em tuas águas eu pudesse navegar
Bem de mansinho pelas ondas como sereia
Eu iria nadar!
A tua palavra é de força e motivação
Homens ao mar
Em dura missão.
Você me mostra as luzes de um farol que nunca imaginei contemplar;
Neste meu horizonte tão escuro
Era mais fácil me perder e me danar.
Mas, olhaste a Alma minha
E me levaste para um caminho seguro
Contigo parto em busca do sonho
Ouvindo o teu falar tão risonho.
Marinheiro, em gratidão por curar meu coração
Sempre lançarei neste mar bravio
Nas noites vagas deste lugar
As rosas azuis celeste
As flores da nossa Mãe Iemanjá.
Mesmo a milhas de distância do teu navio
Meu chamado vais escutar.
E nestas horas frias
Comigo vens conversar.
Às vezes a tua partida brusca dói no peito
Ainda engatinho como criança
Mas, viro homem maduro
Para entrar na dança.
Uma ciranda louca que causa medo
Mas, seguindo o teu conselho
Vou juntando os caquinhos
E erguendo meu império
Se é destas palavras que viverei
Levo o teu aviso a sério!
Posso ter vinte e poucos anos ou ser um velho
Mas, a tua lembrança não me fará perecer
Serei o jovem,belo e selvagem
Que bebeu da mesma fonte dos reis
Na nobreza de uma mar tão sincero
Vou me embriagando nas minhas próprias frases
Ou nas minhas falas
Banhadas no amor e no mistério.
Obrigado,Marinheiro meu coração é teu
E de mim ,tu não esqueças
Pois,minha filosofia é tua
Carregarei pela eternidade
Serei mais forte que tudo.
Mesmo que me falte o tato e o norte
E até mesmo quando chegar a minha hora
Deitando por fim nos braços da morte.
Até breve meu amigo Marinheiro!
(Gregório Dagon)
PS:Em gratidão ao meu amigo Chico.
** Gregório Dagon é um heterônimo de Alma Mattos

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Transgressão Carnal

O meu sagrado está além deste corpo
Desta matéria
No comungar com a tua pele
Eu sou loba fera
Não há limites para esta liberdade lupina
Que me entra pelos poros
E em meu caminho age como uma doutrina
As más línguas sempre vão praguejar com seu veneno
Uma miudeza neste meu destino tão supremo
Não há barreiras para estes meus desejos
Carrego a tua marca no meu seio palpitante de loucuras
Eu vou viver estes meus intentos tão selvagens
Mergulhando na tua epiderme alva
Por entre teus cabelos espalhados no meu pulsar tão vulnerável
Não há tempo nem itinerários
Sou caçadora, destruidora do teu racional
Nem eu mesma sei destes pensamentos certeiros
Eu solto minhas flechas e nada mais é real
Estou num nevoeiro e me ceguei com meus próprios devaneios...
Devaneios que te afastam dos meus domínios
O teu espírito grita: Perigo!
E de mim foges em disparada
Não queria trazer estas maldades na Alma
Mas,que eu seja o pecado neste teu mundo de covardes
Que eu seja a coragem marcada pelo calejar desta tormenta
Vou me perder neste vento que me reinventa
Num traquejar assombroso
No medonho vislumbrar de jogos entre céu e inferno
Quero o teu despir tão rápido e sem rodeios
Me afogar neste teu oceano de prazeres misteriosos
Quero macular o meu ser neste teu pecar tão simplório
Vamos profanar na lama, na cama ou na grama
Um amor violento, lento e dramático
Se te causei algum dano
Não estava nos meus planos
Dar voz aos meus instinto e deixar tua vida em risco
Marquei a tua carne com minhas garras afiadas
Uivei mil vezes para a lua
Lamentando por tua ferida ser tão letal quanto a minha
Tampouco fui ouvida
Respiraste no derradeiro suspiro e num adeus tudo ficou tranquilo
O final era um recomeço divino
Viveria dezenas de vidas só para estar ao seu lado na hora da partida.
No arfar do meu peito
Restou apenas a tristeza
Caminho por entre as trevas
Revoltada me rendo às vilezas
Quando voltarei a ouvir da tua boca as palavras mais belas?
O caminho é escuro e frio
Meus pés estão cheios de espinhos
Me cansei deste caminho
Não seguirei sozinha
Vou dar um fim neste destino
Neste lago da morte eu me afogarei em desespero
Tu me encontrarás do outro lado
Sórdido anjo alado
E juntos vamos agonizar nestas mazelas infernais
Sendo duas criaturas perdidas no desaguar descontrolado desta paixão
Que nos roubou a vida e a ilusão
Vivendo no ardor da dor desta transgressão tão carnal.
(Alma Mattos)

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Dramas e Tramas

[...] A lua entra no meu peito e vai embora
jogando-me ao solo
deixando a saudade que devora...
Sorrindo,chorando e implorando para ser amado...
Sentindo o odioso féu de beijos molhados que sem amor depravam suas virtudes...
Sentimento cândido destruído pelo prazer em ardor
Na ausência da sensibilidade mergulhado no veneno e na maldade.
Ingenuidade assolada. Sem acudir aos sentidos que margeiam a desistabilidade...
Emanava em demências e distúrbios de personalidade.
Faltava-lhe senso,norte e sorte.
Seguia ao léu amando uma moça que de anjo alado tornava-se desalmada.
Infortúnio dos amantes.
Tragédia factual, verdadeira trama de destinos imperfeitos.
(Alma Mattos)
17/10/12

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

A Inocência do Pássaro

A tua voz é o motivo do meu cantar
Sou pássaro fugaz
Venho de um universo mágico
Deixo o passado passar
Vou subindo solitário até o céu
A brisa traz um sabor nostálgico
De sorrisos e risadas
Eu quero secar tuas lágrimas
Nos versos mais nobres do meu palavrear
Se for para ser, será!
Agora abandone estas correntes e venha comigo voar
Sou luz nas trevas
Quero com doçura ao teu ouvido balbuciar
Ternas orações de proteção
E este teu coração ferido hei de curar
No meu bater de asas purifico a tua Alma
Meu movimento é livre
E desprende requintado aroma
Numa dança divina partimos em sintonia
Não podem nos impedir
Liberto-te para prender-te a mim.
Voa voa passarinho
Pois,em meu peito já fizeste um belo ninho.
(Alma Mattos)

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Dançando Com a Morte

Meu coração é deserto de amor
É uma armadilha nos dias chuvosos
Desaguando em tormentas torrenciais
É um dizer incerto de palavras doídas
Na solidão dos pinheirais desta terra tão fria
Meu refúgio é o verso solto na ponta sóbria de um grafite
Sofrível é este gosto de morte
Morte da verdade
Perdida nas palavras malévolas de uma horda de asquerosos
Eles riem dos meus cacos
Precisos cristais de um crime sem renúncias nem remorsos
Eu agonizo em desespero
Numa ópera rock
Sou a tragédia mais trágica em descompasso
A noite se insinua e reflito no espelho toda nua
A pele rubra antes sua
Hoje ao léu
Nem pura nem crua
Com um ser oculto a brinca nas minhas curvas
Revolvendo o mais íntimo vestígio de pureza
Rasgam-se os contratos
Numa voragem mordaz no sentido lato
Ontem os que soltavam suas gargalhadas são vestígios de tolas piadas
São a sujeira nos meus sapatos
São os trapos mais nojentos das suas próprias maledicências
Submersos nas suas mentiras
Sendo frases vazias de ódio e violência
A inveja de outras moças levam a mofa os sentimentos.
É por mim que ele suspira
Doce agrado; nunca conseguirão roubar-me
Sua Alma me pertence
Não importa o que digam meu sangue é seu alimento
Não há sonhos nem devaneios
Vivamos a realidade.
Meu amor é seu
E o vácuo tão estúpido se preencheu
Rasgando a vingança em disparada
Como os cavalos selvagens e suas longas crinas
Numa corrida infiel
Completou velhos versos de uma vida perdida
Nestas tardes negras me perco na ânsia de pulsar
De cantar na chuva
E bailar a passos bruscos
Fazendo festinha como se fosse criança inocente
Que abraça o carrasco
E chega tranquila nos braços da Morte.
(Alma Mattos)

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Abismos de Paixões

Das frases mais violentas que te disse
Nenhuma combinou com o amor que por ti senti
Envenenei-me no ópio do ódio
E das minhas mãos tu escapaste
Como um animal ferido e amedrontado
Atacaste para depois recuar
Sem pensar em regressos
Cansastes dos meus exageros e excessos
Amar-te é afogar-se no inferno
É perder-se no paraíso.
Viver na ausência de teus taciturnos olhares
É o mesmo que ser mutilado por um carrasco oculto
Por quanto tempo viveremos nas trevas do arrependimento?
E nos desgostos malignos imersos no sofrimento?
Qual o caminho mais seguro para resgatar meu espírito perdido nas mazelas da cerração?
Talvez se a maldição da amnesia
Soasse como benção de recomeço.
Arruinamo-nos pelo fogo de um jogo de poder
Restou apenas a fuligem tão negra como o abismo em que atiramo-nos.
Queimaste-me com teu amor tão voraz
Enganaste-me com tua fala sagaz
Dois perdedores
Trapaças, mágoas e pesares.
Se por vezes violentei a tua Alma
Foi por não suportar a perda de teus braços para outros laços inferiores
Darei o derradeiro beijo e juntos precipitaremos
Nas dimensões sulfúricas
Eu reajo como química explosiva
Tu finges não perceber e envolve-te no véu da isolação
Estás num labirinto e o único destino
É pisar por entre cacos e espinhos
As flores eu colhi para tentar respirar na beleza dos delírios
Acompanhada pelas fadas sigo uma trilha encantada
Sei que este pacto me fará perder
Entrementes, já perdi demasiado.
Vou beber doses de pecado
Vou cambalear por entre bosques nebulosos
Vou falar com criaturas diversas
Para sufocar as minhas ganas tão perversas.
Meu amor é dúbio e perigoso
Eu entrego as estrelas do mar
E vou pelo lado esquerdo cravejando teu corpo com as farpas
Ou talvez as facas
Para no teu sangue embriagar-me
E eu Bacante de mim perder-me-ei
Na ilusão de possuir-te por último
Teu medo não existe e no cadavérico corpo
Aninho-me a procura do teu amor esvaído na melancolia orgulhosa
Que insiste em torturar-me.
Entrego-me a espada da morte
E contigo parto em retirada.
(Alma Mattos)

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Opostos Desvirtuados

Menina rebelde e atrevida
Por que tu me feres assim?
Tua língua afiada me maltratas
Rasgas meu peito e em turbilhão revido
Não preciso bradar para ser ouvido
Já não domino a mim mesmo
Revolve-me a Alma no mais profundo estado
Por ti não consigo definir sentimentos
Perco-me em teus olhos de mistério e sedução
Amargando na perversão das tuas palavras
Na crueldade do teu verbo eu ardo no escárnio
Não há cura para esta chaga
Entre ironias e troças
Tu dizes me amar
Às vezes sinto ser verdade
Mas, quando vejo tua vocação para a maldade
Só me resta duvidar.
Incerto do teu amor
Afasto-me do teu laço de caçadora
Das tuas flechas devastadoras
Teu sangue caboclo escorre na minha pele
Contamino-me com teu mel.
Teus lábios tão venenosos
E atraentes
Rendem-me aos teus desejos
Juntos, caímos no precipício dos devaneios mais obscuros.
Eu me perco no teu corpo tão jovem, cálido e cheio de paixões,
E tu te perdes na minha melena que se esparrama na grama
No meu traquejar maroto de homem das trevas
Que vem perturbar e burlar teu recato de moça
Eu invado a tua carne, incendeio o teu anseio oculto.
Assim como perturbas o meu pensar com esta personalidade
Que me deixa a mágoa e me faz danar o espírito
Eu agonizo no grau mais elevado, no sentido mais inseguro
Perdemo-nos entre erros e versões absurdas de caminhos escorregadios
Incertos do desfecho
Tu segues a me torturar por puro prazer
Somente para a tua fúria demonstrar
Eu tampouco sou inocente
O teu silêncio é pior que o teu bravejar
Na ânsia de perturbar- te invento maneiras depravadas e desiguais para atingir-te
Arrependo-me!
Nunca haverá paz entre opostos desvirtuados
Amantes imprevisíveis perdidos em sensações desmedidas e insaciáveis
Exagero, dor, afastamento.
Eterno pesar.
Dois orgulhosos e perdedores de si mesmos.
O amor se esvai e não há salvação
Perdemo-nos na tristeza de não conseguir tocar com candura a face do outro.
Opostos, porém “um único ser só”.
Há milhas de distância ainda é possível sentir teu cheiro e tocar tua aura.
Não há fim, onde fores estarei contigo,
Impregnado no teu ser.
Onde caminharei será para seguir teus passos.
Vou lembrar sempre dos teus beijos e amassos.
Nossas confidências não serão mais tão nossas
Serão do universo
E o resto é resto.
Eu já me perdi e na escuridão não desejo me encontrar
Eu vou colecionando decepções
Buscando teus abraços nos braços de seres inferiores
As tuas garras de felina dominadora,
Marcaram meu peito
Mesmo sabendo que és tão única
Eu me iludo na possibilidade de algo parecido possuir.
Mas, não importa o que eu faça não há cópias e nem sócias
Tu tão inigualável
Eu uma vagal tão normal.
Perdido sem sentido na vida.
(Alma Mattos)

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Desalmados

O veneno que escorre dos meus lábios /
É o mesmo que envolve o teu corpo morto/
Diante dos meus olhos/
Você agonizava em desespero/
Medo!/
Seria tão simples evitar/
Bastava os seus erros reconhecer e consertar/
A passos lentos o sangue se espalha pela casa/
Nas paredes projetam-se fantasmas/
Tu e yo/
Duas Almas/
Almas sofridas e abandonadas/
Codependentes /
Não me libertas, mas também não me prendes/
Não me rendo e te firo na mais íntima emoção /
Tu não me controlas e se perde nos teus abismos sem fim/
Mergulhas profundo em si/
Não compreendes /
Dispersa, busca segundas opções ,talvez opiniões/
Procurando minhas palavras, meus sonhos, meus olhos/
Meu sexo caindo desenfreado na pele marcada pelo tempo/
Sensação de solilóquios derradeiros /
Abre a tua mente, sente o meu desejo indecente/
Cálido de prazer e violência/
No escuro porão escondes quem eres/
O orgulho que carregas queima teu coração animal/
Sabes que já perdestes a guerra/
Mas, mantém-se suspenso no ar para provocar meus instintos primários/
Neste jogo quem perde és tu/
Tu que renegas o amor de quem te amou/
E vives insatisfeito neste teu mundo perdido/
Sem chão, sem teto, sem abrigo/
Hoje eres meu inimigo/
Um espírito de porco, um falido./
Mentes para mim, mas por vezes engana-te a ti mesmo/
Por quanto tempo resistirás nesta farsa que insistes em contar?/
A Vagabunda é livre/
Não deve-te nada/
Ardia de paixão, morreu de amor, entregou-te tudo desde o material até o espiritual./
Nunca poderás julgar/
Ao contrário de ti/
Deves o respeito, o amor e até mesmo a satisfação carnal/
Não há argumentos nestes fatos tão fidedignos/
Cuspistes no corpo jovem que comeste/
Destruístes tudo com teus ressentimentos machistas/
A virgem de véu se perverteu não na luxúria/
Mas na demência de ver-te perder a vida/
Justiça!/
Clamou a sacerdotisa/
Longe do teu domínio é rainha, uma Deusa dos infernos ou um demônio de encruzilhada/
Ela é teu pecado mais profundo, uma mácula que nunca se apagará de ti/
Para esta chaga não há cura/
Mil vidas terão e nunca se amar conseguirão/
Vieram para caminhar juntos/
Mas, enquanto de ambos não houver evolução/
Se perderão no ódio e na má intenção/
Looping de retrocessos, desencarne de sofreguidão./
Amantes desalmados soltos como folhas ao vento/
Não se prendem e não se soltam.
(Alma Mattos)

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Karma

Quando a tua Alma se perde na curva do ódio, o único caminho a seguir é o da vingança./ Vingança!/ Faça o que tu queres e pensa ser o certo./ Satisfaça teus instintos, mesmo que isso condene o teu viver ao mais amargo sabor.../ Não há doce mel para aquele que agoniza no desespero, mergulhado no próprio veneno de fel./ Se fel é o teu derradeiro alimento, então, amargue definitivamente!/ Meios termos são perdições enfadonhas./ Pura monotonia!/ O meio termo é para covardes e pobres de espírito.../ Lança-te na loucura de ser inteiro, nem que custe a felicidade ou a vida do outro./ Ninguém quer o teu bem, não existe pecado na reciprocidade!/ Decida-te!/ Ou entra em ascensão ou mergulha no mais ínfimo inferno./ Entrega-te a Deus que não faz nada para aplacar tuas dores , tampouco cura tuas feridas, ou entrega-te ao Diabo que nunca te enganou./ Simplesmente aceite a tortura da existência eterna, marcada pelas tuas próprias mazelas./ Não há coração, nem sentimento de amor.../ Capricho e sadismo./ Submete teu algoz e torna-te pior./ Mostra teu poder!/ Carnificina./ Morte, dor e discórdia./ Tua palavra soa a desencarne e violência/ Medo e paranoia./ Os que de ti duvidaram, passarão a acreditar./ O Inimigo cai finalmente!/ Satisfação, tristeza, porém nenhum arrependimento./ Porcos foram feitos para o abate./ Sangue e putrefação!/ Ponto final não existe, afinal só existe continuação.../ (Alma Mattos)

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Exu-Mulher

Eu sou Exu-Mulher/ Sou um pecado vindo dos infernos/ Minhas asas são de Lúcifer o único Rei/ Eu sou um carrasco do escracho/ Na língua carrego o veneno de Satanás/ E nos pensamentos... Eu já nem sei./ Nas minhas veias correm o sangue do ódio implacável e em putrefação/ Minha Alma tão negra faz a guerra despontar./ Belzebu vem me chamar!/ Neste olhar tão veraz carrego a gana do teu coração destroçar/ Asmodeus o poder me entregou para a tua vida ceifar/ No ranger dos teus dentes e no tremer de tua pele eu vou me deleitar/ Se medo é o único sentimento que posso despertar/ Então, que assim seja e assim será!/ Agora é tudo ou nada/ As minhas lágrimas secaram/ E nesta face transviada eu faço a risada do Diabo reverberar/ Minha espada antes para a vida se converte para o único fim: vingança!/ Na matança dos meus sentimentos/ Faço o levante trevoso e catastrófico/ Podia minha carne rubra ser embalsamada/ Mas, no desvio desta encruzilhada entro no cemitério da minha morada/ Que se danem os moralistas/ Eu cavo duas covas sem medo do resultado/ Uma para mim e outra para ti/ Logo a frente só existe um fim/ Trago a marca bestial nos meus olhos/ Nos meus sonhos/ Nas minhas ânsias./ Ai daquele que meu caminho atravessar/ Eu sou malévola venho das trevas e com minha atrevida valentia vou te amaldiçoar/ Não tenho pacto com o Tinhoso, pois sou o próprio!/ Descendo dos 666 espíritos perdidos/ E meu DNA é pervertido/ Minhas garras se prendem aos teus ossos/ Para meu pequeno Cramulhão sua medula sugar/ Azazel meu irmão sorridente minha mão vem tocar/ Me alimenta os anseios com as lembranças falidas/ Seu semblante irradia os festejos infernais/ Sinto o calor sulfúrico/ Destrinchado corpos/ Depravando seres/ Ele é meu Demônio maior/ Vem trazer a inspiração/ Nesta curva infinita/ Eu me torno uma Rainha.../ A Rainha do Inferno!/ Que vem gelado mais que o inverno/ Sem piedade / Nem regras./ Eu tentei correr pelo certo/ Mas, minha Alma torta não se encontrou/ Era melhor se perder.../ Se perder na chama que me faz viver e respirar./ Não há castigo apenas equilíbrio e eu quero desequilibrar./ (Alma Mattos)

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Libertad

El cielo a mis pies./ Arrojo mi suerte a los vientos y asalto el fuego de mi cuerpo./ Soy una mariposa oscura./ Caigo en el abismo del amor y la venganza./ Soy un fuego ardiente sin freno./ Yo no pertenezco a nada,pero quiero todo./ En un mar de imprudencia me ahogo./ Me encuentro solo en un caos venenoso./ ¡Que yo sea el pecado en este mundo de puritanos!/ ¡Yo tengo la Alma gitana y mi apellido es libertad!/ (Alma Mattos)

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Raio Da Juba Dourada

Eu sou o raio que corta o teu coração/ Sou o leão que te arranha com paixão/ Eu sou a tempestade na tua calmaria/ Sou o fogo que te queima na terra fria/ Eu sou a música não cantada/ Sou a dona dos ventos na floresta encantada/ Eu sou o começo, o meio e o fim/ Sou o demônio e o serafim/ Eu não sou para você/ Sou para mim. / (Alma Mattos)

Quimera do cabelo de fogo

Cabelos de fogo ao amanhecer e negros ao anoitecer. Dualidades de fera ferida/ Na luz e nas trevas/ Traz a marca da lua no peito e se torna o próprio sol./ Em sua Alma errante./ De mistérios às demonstrações descaradas/ Vai arranhando teus sonhos e ferindo inimigos/ Vai seguindo passos estranhos/ Erra, acerta, transborda, mas, sem essa de ficar na borda./ Corre com o leão/ Uiva com o lobo/ Traz o sagrado masculino em traços femininos/ Vive a cantar/ Não chora!/ Voa passarinho/ Encanta!/ Traz sua magia.../ Sua espada é pra vida e refrega todas as hordas em desarmonia./ Se todos os bichos vivem dentro de ti/ Rugi, ri/ E vem brilhar na savana ou nas matas abençoadas,/ Mas, vem e não deixa de vir./ Mantém a cabeça erguida e sorri/ Sorri e comemora/ Ama/ Sonha/ E adora!/ (Alma Mattos)