Meu coração é deserto de amor
É uma armadilha nos dias chuvosos
Desaguando em tormentas torrenciais
É um dizer incerto de palavras doídas
Na solidão dos pinheirais desta terra tão fria
Meu refúgio é o verso solto na ponta sóbria de um grafite
Sofrível é este gosto de morte
Morte da verdade
Perdida nas palavras malévolas de uma horda de asquerosos
Eles riem dos meus cacos
Precisos cristais de um crime sem renúncias nem remorsos
Eu agonizo em desespero
Numa ópera rock
Sou a tragédia mais trágica em descompasso
A noite se insinua e reflito no espelho toda nua
A pele rubra antes sua
Hoje ao léu
Nem pura nem crua
Com um ser oculto a brinca nas minhas curvas
Revolvendo o mais íntimo vestígio de pureza
Rasgam-se os contratos
Numa voragem mordaz no sentido lato
Ontem os que soltavam suas gargalhadas são vestígios de tolas piadas
São a sujeira nos meus sapatos
São os trapos mais nojentos das suas próprias maledicências
Submersos nas suas mentiras
Sendo frases vazias de ódio e violência
A inveja de outras moças levam a mofa os sentimentos.
É por mim que ele suspira
Doce agrado; nunca conseguirão roubar-me
Sua Alma me pertence
Não importa o que digam meu sangue é seu alimento
Não há sonhos nem devaneios
Vivamos a realidade.
Meu amor é seu
E o vácuo tão estúpido se preencheu
Rasgando a vingança em disparada
Como os cavalos selvagens e suas longas crinas
Numa corrida infiel
Completou velhos versos de uma vida perdida
Nestas tardes negras me perco na ânsia de pulsar
De cantar na chuva
E bailar a passos bruscos
Fazendo festinha como se fosse criança inocente
Que abraça o carrasco
E chega tranquila nos braços da Morte.
(Alma Mattos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário