quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Desalmados

O veneno que escorre dos meus lábios /
É o mesmo que envolve o teu corpo morto/
Diante dos meus olhos/
Você agonizava em desespero/
Medo!/
Seria tão simples evitar/
Bastava os seus erros reconhecer e consertar/
A passos lentos o sangue se espalha pela casa/
Nas paredes projetam-se fantasmas/
Tu e yo/
Duas Almas/
Almas sofridas e abandonadas/
Codependentes /
Não me libertas, mas também não me prendes/
Não me rendo e te firo na mais íntima emoção /
Tu não me controlas e se perde nos teus abismos sem fim/
Mergulhas profundo em si/
Não compreendes /
Dispersa, busca segundas opções ,talvez opiniões/
Procurando minhas palavras, meus sonhos, meus olhos/
Meu sexo caindo desenfreado na pele marcada pelo tempo/
Sensação de solilóquios derradeiros /
Abre a tua mente, sente o meu desejo indecente/
Cálido de prazer e violência/
No escuro porão escondes quem eres/
O orgulho que carregas queima teu coração animal/
Sabes que já perdestes a guerra/
Mas, mantém-se suspenso no ar para provocar meus instintos primários/
Neste jogo quem perde és tu/
Tu que renegas o amor de quem te amou/
E vives insatisfeito neste teu mundo perdido/
Sem chão, sem teto, sem abrigo/
Hoje eres meu inimigo/
Um espírito de porco, um falido./
Mentes para mim, mas por vezes engana-te a ti mesmo/
Por quanto tempo resistirás nesta farsa que insistes em contar?/
A Vagabunda é livre/
Não deve-te nada/
Ardia de paixão, morreu de amor, entregou-te tudo desde o material até o espiritual./
Nunca poderás julgar/
Ao contrário de ti/
Deves o respeito, o amor e até mesmo a satisfação carnal/
Não há argumentos nestes fatos tão fidedignos/
Cuspistes no corpo jovem que comeste/
Destruístes tudo com teus ressentimentos machistas/
A virgem de véu se perverteu não na luxúria/
Mas na demência de ver-te perder a vida/
Justiça!/
Clamou a sacerdotisa/
Longe do teu domínio é rainha, uma Deusa dos infernos ou um demônio de encruzilhada/
Ela é teu pecado mais profundo, uma mácula que nunca se apagará de ti/
Para esta chaga não há cura/
Mil vidas terão e nunca se amar conseguirão/
Vieram para caminhar juntos/
Mas, enquanto de ambos não houver evolução/
Se perderão no ódio e na má intenção/
Looping de retrocessos, desencarne de sofreguidão./
Amantes desalmados soltos como folhas ao vento/
Não se prendem e não se soltam.
(Alma Mattos)

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