
Eu não vivo só de poemas e dizeres bonitos
Vivo de regras e leis que não me pertencem
E o tempo todo penso em burlá-las por pura rebeldia.
Nesta ironia de palavreados espontâneos ou decorados
Sou verso livre e transgressor
Às vezes suave
Noutras possibilidades uma ponta de fraca
Sou bicho errante e intenso
Amansador de homem revoltoso e agressor
Vivo do avesso
Inconformado!
Sou de paz e de guerra
Munido de farpas
Neste machismo eu revido
Vivo insatisfeito!
Entre o céu e a terra
Vou refregando esta hoste de opressores
Não busco amigos e nem seguidores
Anseio por ser inteiro nestas frases nada absolutas
Arteira de arte vazia
Em obras de leilão
Nos quadros rabiscados vou compondo uma canção
Minha única libertação
Sou psicopata exímio em torturas
Minha psicodélica fuga
Visa a vertiginosa fantasia
De alegrias cheias de mentiras
Ilusivas figuras distorcidas
Meu mal é estar entre o ego e o espiritual
Sei do certo e do errado
Podia ser dos Deuses ,mas me entrego diariamente ao Diabo.
Quero pecar e ninguém pode me parar
Sou a derradeira locução
Sem limites de adjetivos
Vou lutar e ninguém pode me parar
Sou homem e mulher
Animal faminto de verbos e não de igualdade
Aqui eu aceito apenas equidade
Cada qual sangra por seus objetivos e temores
Eu sangro por você e seus amores
Minhas paixões são violentas
Meu coração é indomável quimera
Carrego no ventre a transformação
As borboletas morrem
E eu renasço ao fim desta estação.
Não tenho peito de aço
Mas,serei imortal
Mesmo que a queima roupa me tomem
Ou que por algemas me prendam
Eu ato e desato implacáveis laços.
Nas feridas vou ardendo
Vou queimando as utopias
Minha energia é tão sua
Somos quase uma
Nesta guerra bruta
Podem me enforcar
Mas, jamais vou me calar
Eu sou por elas e elas por mim
Nesta coligação não há limites
Não tem poder sobre nós
Somos do vento
Vivemos para ser livres, leves e soltas...
Mulher, o meu grito é por ti
Você pode ser tudo e nada
Afinal, tu decides
E nada pode te deter!
(Alma Mattos)
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