sexta-feira, 17 de maio de 2013

Olhos


OLHOS

 

Como nunca reparei

Naqueles olhos infelizes

Porém infinitamente acalorados?

 

Olhos que embriagam os meus desejos;

Fetiches me deixam apaixonada

Em sublime desespero.

 

 Confesso que me hipnotizam

Tiram minha fala

Dominam-me!

 

Suas cores são do tempo

Azuis, acinzentadas

São verdes

As dos meus amores envenenados

São vermelhos enamorados.

 
                                                                     (Alma Mattos)

Lobo Apaixonado


LOBO APAIXONADO

 

Cada parte do teu corpo tatuado

Abraça o meu desnudo, molhado.

Digo que a tua voz é um uivo...

Uivo de lobo apaixonado.

Calar-te é morrer definhando

Amando-te sigo teu rastro nas trevas

Despertando meu lado selvagem

Uni a minha onipotente liberdade...

Cântico de amor é o que ouço.

Afagando as tuas mãos

Desejo saltar à eternidade

Um tempo inerte de magia.

Converter devaneios em realidade...

Astuto lobo não deve rosnar

Deixe-me tocá-lo

Urges me encontrar.
 
(Alma Mattos)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

VICIOSA CARNIFICINA ROMÂNTICA



VICIOSA CARNIFICINA ROMÂNTICA

Alma que vai invadindo os sonhos...

...Sonhos fugazes como o choro de olhos firmes e verazes...

Sem medos, sem segredos ou pedras pra atirar...

Só beleza e transparência do espectro lunar...

Criatura imprevisível que invade-te a carne e a fantasia;

Menina/moça em domínio

Palavras soltas...

Manhã, tarde e dia...

Guerreiros perdidos em sua luz encontram o caminho...

Sem medo... Sem medo...

Corroendo o interior em supremacia sem ciúmes nem amor...

Vivendo o seu viver em pleno ardor de 'fada' desalmada...

Viciosa carnificina romântica...

Com pureza e torpeza,

Fluxo de uma viajante...

Confusa, febril e sem ilusão.

Confusa sim e quem não faz confusão???

Mistério invadido...

Sem crime ou pesar.

Longo dilema de amar e odiar.

 

(Alma Mattos)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

PERDIÇÃO


PERDIÇÃO 

Se eu pudesse mudaria meu coração frágil beirando paixões e loucuras brindadas a amor impuro, impregnandos em minha carne onde brota tristeza.

 Sulfuricamente amores indiscretos...

 Volúveis tríades falidas.

 Sons, faíscas e neblina.

 Incorência dos fatos......

 

 Perdição cármica!!!

 Torpeza carnal...

 Inferno flamejante indigno,

 Crime sem moral...

 

 

( Alma Mattos)

ELAS POR ELAS


 

ELAS POR ELAS

 

Sedutora ela vinha

Toda terna no falar

Olhava-me nos olhos com demasiada malicia

Sei exatamente o que me diziam.

O que queriam.

O que buscavam.

Aventureira, amante dos poetas boêmios.

Jogava o elas por elas numa boa;

No fundo só queria atenção de uma leoa

Dar um pouco de amor

Degustando as carnes com voracidade e fervor...

Entendo que não eram maus pensamentos,

Pois bebeu da mesma fonte que eu.

A fonte dos exageros exagerados...

Eram elas duas jovens

Com seus dilemas.

Não seria estranho se as condenassem...

Pois todos vivem sem poder viver

Seguindo um único tema.

Agonizando; pensando em manter a pose

Talvez a posse...

Figuras vazias como exoesqueletos...

Sem ímpetos, sem vontades...

Vendo e pondo só maldade...

 

(Alma Mattos)

sábado, 23 de março de 2013

Ele é Aquele e Aquele é Ele


.

 


Ele tem olhos azuis

Cor de água cristalina

Seus lábios são carnudos e avermelhados

Seu cabelo é comprido, todo despenteado

Seu sorriso é lindo

E ilumina minha vida

A pele alva é tatuada

Com seus lótus, estrelas e o Ganesha.

Ao caminhar não rebola só se mexe

Tua voz é profunda

Uma rouquidão que dissimula.

 

O jeito rebelde

Faz tudo o que te atreve

Sua paixão são animais

Seu coração parece ruim, mas é demais

Ás vezes sério

Parece um velho

No seu silêncio é que ensina

Solitário quase enlouquece

Unido já esquece,

E volta o ser menino prodígio.

 

(Alma Mattos)

Psicomaterial



PSICOMATERIAL
 
 
Os devaneios
São de revolução
São da vendetta maldita
São da ira posta no meu coração
São dos desejos evocados
São do desprezo, do pecado.
São do medo, da coragem.
São das experiências que trago na bagagem.
 
A matéria
É diferente
É obscura
Não mostra dentes
Não mostra doçura
Não tem clareza
Não tem censura
É uma garota
É uma criatura
Dos anjos polêmicos
Num céu escaldante
Dos demônios transgênicos
Num inferno tiritante.
 
(Alma Mattos)

Poema sem Titulo


 

"Se eu saltar à eternidade que seja em tua presença.

E se eu perder minhas forças vitais que seja em tua companhia.

Se a escuridão me tomar que seja ao teu lado.

E se como luz eu voltar que seja em teus braços.

Se o amanhã não existir?

 Valerá a pena, pois hoje tu estás aqui."

 

(Alma Mattos)

Beijos Envenenados



 

 
Beije os meus lábios envenenados

Prove do mel e do pecado

Veja a raiva que você pode sentir

Mas um dia o bem

Irá te distrair

 

Detestar ás vezes sim

Ás vezes não

Mas, não negue o amor

Que tu tens no coração.

 

Perdoe-me pela minha indignação

E beije os meus lábios

Carregados de paixão.

 
Prove do bem e do mal

Mas, jamais troque de canal

Tente me abraçar

Encante-me com a tua voz

Que não me deixa descansar

 

Lembro muitas vezes de você

E tento te esquecer

Porque detesto sentir

Que você não está aqui.

 

Eu queria você perto de mim

Mas se não tem outro jeito

Vá em frente.

 

Não fique pensando muito na gente

Faça isso por nós

E pela última vez...

 

Beije os meus lábios envenenados

Somente aí perceba o quanto te fiz feliz

Beije os meus lábios

Lábios com beijos envenenados

Beije

Beije

Beije os meus lábios envenenados...

 
                                  (Alma Mattos)

Queria o Que já Tinha



 

Ele levava a vida como um blues arrastado,

Carregando a felicidade dentro de uma mochila;

Sonhando acordado para escapar da realidade.

Vagando na treva noturna seguindo o sereno tangido

Percebia uma bela companhia...

...Uma ave de rapina que o seguia...

 

Em um breve período tudo escapava a frágil percepção

Não se ouvia nada nem os ganidos das harpias douradas escondidas na mata...

Lampejava histórias das antigas e inescrupulosas estradas.

Amofinava-se e mergulhava na dor mais ínfima existente em seu ser.

"Não tinha nada a oferecer"

Só uma taça de vinho, belas noites e um sorriso.

Murmurava a ambicionar detalhes que se perderam no tempo e que jamais irão voltar.

Tentando dar um basta nas tristezas,

Corria como criança na chuva tentando lavar seu espírito

Já imaculado límpido.

Sem resquício das farpas, apenas resignação.

Contemplava a beleza que o rodeava,

Sorvia a vida vazia que lhe fluía...

Preocupa-se...

Recordações o atormentavam.

Esquartejavam suas crenças...

Demoliam as pontes de um viver simplório e despreparado.

 

Contaminava-se...

Adoecia, morria e renascia.

Entoando canções de partia a um novo curso, um novo destino.

Sempre sozinho.

Rumando ao sul a procura do tinha, mas com vendas nos olhos nem percebia.

 

(Alma Mattos e Alexandre Kingerski)