sábado, 23 de março de 2013

Ele é Aquele e Aquele é Ele


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Ele tem olhos azuis

Cor de água cristalina

Seus lábios são carnudos e avermelhados

Seu cabelo é comprido, todo despenteado

Seu sorriso é lindo

E ilumina minha vida

A pele alva é tatuada

Com seus lótus, estrelas e o Ganesha.

Ao caminhar não rebola só se mexe

Tua voz é profunda

Uma rouquidão que dissimula.

 

O jeito rebelde

Faz tudo o que te atreve

Sua paixão são animais

Seu coração parece ruim, mas é demais

Ás vezes sério

Parece um velho

No seu silêncio é que ensina

Solitário quase enlouquece

Unido já esquece,

E volta o ser menino prodígio.

 

(Alma Mattos)

Psicomaterial



PSICOMATERIAL
 
 
Os devaneios
São de revolução
São da vendetta maldita
São da ira posta no meu coração
São dos desejos evocados
São do desprezo, do pecado.
São do medo, da coragem.
São das experiências que trago na bagagem.
 
A matéria
É diferente
É obscura
Não mostra dentes
Não mostra doçura
Não tem clareza
Não tem censura
É uma garota
É uma criatura
Dos anjos polêmicos
Num céu escaldante
Dos demônios transgênicos
Num inferno tiritante.
 
(Alma Mattos)

Poema sem Titulo


 

"Se eu saltar à eternidade que seja em tua presença.

E se eu perder minhas forças vitais que seja em tua companhia.

Se a escuridão me tomar que seja ao teu lado.

E se como luz eu voltar que seja em teus braços.

Se o amanhã não existir?

 Valerá a pena, pois hoje tu estás aqui."

 

(Alma Mattos)

Beijos Envenenados



 

 
Beije os meus lábios envenenados

Prove do mel e do pecado

Veja a raiva que você pode sentir

Mas um dia o bem

Irá te distrair

 

Detestar ás vezes sim

Ás vezes não

Mas, não negue o amor

Que tu tens no coração.

 

Perdoe-me pela minha indignação

E beije os meus lábios

Carregados de paixão.

 
Prove do bem e do mal

Mas, jamais troque de canal

Tente me abraçar

Encante-me com a tua voz

Que não me deixa descansar

 

Lembro muitas vezes de você

E tento te esquecer

Porque detesto sentir

Que você não está aqui.

 

Eu queria você perto de mim

Mas se não tem outro jeito

Vá em frente.

 

Não fique pensando muito na gente

Faça isso por nós

E pela última vez...

 

Beije os meus lábios envenenados

Somente aí perceba o quanto te fiz feliz

Beije os meus lábios

Lábios com beijos envenenados

Beije

Beije

Beije os meus lábios envenenados...

 
                                  (Alma Mattos)

Queria o Que já Tinha



 

Ele levava a vida como um blues arrastado,

Carregando a felicidade dentro de uma mochila;

Sonhando acordado para escapar da realidade.

Vagando na treva noturna seguindo o sereno tangido

Percebia uma bela companhia...

...Uma ave de rapina que o seguia...

 

Em um breve período tudo escapava a frágil percepção

Não se ouvia nada nem os ganidos das harpias douradas escondidas na mata...

Lampejava histórias das antigas e inescrupulosas estradas.

Amofinava-se e mergulhava na dor mais ínfima existente em seu ser.

"Não tinha nada a oferecer"

Só uma taça de vinho, belas noites e um sorriso.

Murmurava a ambicionar detalhes que se perderam no tempo e que jamais irão voltar.

Tentando dar um basta nas tristezas,

Corria como criança na chuva tentando lavar seu espírito

Já imaculado límpido.

Sem resquício das farpas, apenas resignação.

Contemplava a beleza que o rodeava,

Sorvia a vida vazia que lhe fluía...

Preocupa-se...

Recordações o atormentavam.

Esquartejavam suas crenças...

Demoliam as pontes de um viver simplório e despreparado.

 

Contaminava-se...

Adoecia, morria e renascia.

Entoando canções de partia a um novo curso, um novo destino.

Sempre sozinho.

Rumando ao sul a procura do tinha, mas com vendas nos olhos nem percebia.

 

(Alma Mattos e Alexandre Kingerski)