Lua Negra guia meus passos
Vem do fogo me queimando e transformando
Tu és o lampejo da coragem mais selvagem incrustada em minha Alma.
Por ousadia me afogas nas verdades abissais
Sem cerimônia ou remorso do que faz,
Com ritos atrozes de passagem
Numa dança constante e inebriante
Pelo fremido das batalhas ocultas e obscuras
Desliza como serpente em passos hipnóticos
Com olhares tão intensos
Tão ardentes.
Exaurindo os pesadelos e fomentando o transbordar dos desejos inerentes.
Forjada nas areias do tempo
Conduz -me ao olho das tempestades;
Experimenta e inventa até se dar por satisfeita
Do que podes contemplar em mim.
Eu, tão simples se não fosse tua, não seria de mais ninguém.
Além do véu e do fel, tens em mim o teu não e o teu sim.
Vestindo minha pele nua com tua armadura
Todos os dias me resgata e me cura
E assim sem pestanejar caminhamos entre desertos e templos pelas dimensões e universos tão incertos.
Tu és meu reflexo na escuridão, minha real figura desigual e única.
Juntas somos uma em meio a imensidão.
(Alma Mattos)
